quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Os aspectos culturais da Roma Antiga


Por meio de conquistas militares, os romanos construíram um vasto império territorial que englobava diversos povos, dos quais assimilaram elementos que influenciaram sua cultura.
Dentre esses povos, destacaram-se os gregos, cuja arte teve grande influência na cultura romana. Costuma-se dizer que Roma conquistou a Grécia pela força de suas armas e a Grécia conquistou Roma pela força de sua cultura.
Apesar da acentuada influência de outros povos, os romanos desenvolveram uma cultura original. Exemplo disso é o Direito Romano, que até hoje serve de referência para o sistema judiciário de muitas sociedades. Além disso, inúmeros idiomas são derivados do latim, como o italiano, o francês, o romeno e o português.
Roma foi o último grande império do mundo antigo.
1. A urbe romana
Roma era uma cidade organizada, com muralhas, túneis, templos, arquedutos, termas, anfiteatros, teatros, arcos, fóruns e muitos outros prédios públicos. Era uma urbe (‘cidade” em latim) bem diferente da pólis grega.
Roma foi a cidade que atingiu maior concentração demográfica em toda a Antiguidade. No século II, ela contava com cerca de 1 milhão de habitantes, e o Império Romano com aproximadamente 54 milhões.
No centro desse império, Roma atraía gente de todas as regiões ocupadas, o que provocava constantes crises de moradia. A falta de espaço forçou a construção de casas de madeira e tijolo cru, de condições muito precárias. Muitas vezes, devido a isso, ocorreram grandes catástrofes provocadas por desabamentos ou incêndios.
Em Roma, existia um espaço público que reunia o Senado, a Assembléia, o mercado, as bibliotecas. Conhecidos como Fórum, era considerado por muitos como o centro do mundo.
Pão e circo
Durante o período Republicano, como vimos, verificou-se intenso êxodo rural em consequencia das guerras de conquistas. Os pequenos proprietários que haviam perdido suas terras dirigiam-se às cidades procurando garantir sua sobrevivência.
Superlotada, as cidades apresentavam muitas dificuldades, como a escassez de moradias e a falta de empregos, pois a maioria das atividades era realizada por escravos.
Sem meios para sobreviver, a população desocupada perambulava pela cidade. O governo, percebendo a possibilidade de revoltas distribuia pão aos pobres e desempregados, além de oferecer gratuitamente grandes e brutais espetáculos. Todas as grandes cidades romanas contavam com um anfiteatro para a realização desses espetáculos.
Com essas medidas, o governo pretendia desviar a atenção da população, evitando a eclosão de revoltas e rebeliões. Essa política, conhecida como pão e circo, estendeu-se também ao período Imperial.
Nos espetáculos, às vezes, gladiadores profissionais lutavam entre si. A vida do derrotado dependia do público presente: se a maioria levantasse o polegar, ele viveria; se o virasse para baixo, seria morto.
Outras vezes, gladiadores, criminosos ou seguidores de religiões perseguidas, como os cristãos, eram lançados a feras esfomeadas.
Alguns espetáculos, principalmente em ocasiões comemorativas, prolongavam-se pelo dia inteiro e mesmo por dias seguidos.
coliseu, o principal anfiteatro de Roma, podia reunir mais de 80 mil pessoas. Na sua inauguração, conta-se que o imperador Tito sacrificou num só dia mais de 5 mil animais.
Desde o início do século II a.C., os romanos realizavam também espetáculos com feras. Neles, animais selvagens lutavam uns contra os outros; leão contra leão, leão contra pantera ou touro, tigres contra panteras, touros contra ursos e assim por diante.
Para atender às exigências constantes de novos animais, os governadores das regiões conquistadas tinham de organizar frequentes caçadas. Pessoas a pé e a cavalo, armados de dardos, perseguiam animais ferozes e tentavam encurralá-los em áreas cercadas por enormes redes. Em seguida, fechavam os animais em jaulas, para a longa viagem até Roma e outras cidades do império.
Os balneários
Atração popular das cidades romanas eram os balneários (casa de banhos). Nos maiores centros urbanos havia um para cada zona da cidade. Em geral, as pessoas frequentavam os balneários na parte da tarde. Os cidadãos encontravam-se para tratar de negócios ou, simplesmente, para conversar.
O banho era um ritual longo. Passava-se por diversas salas de aquecimento progressivo, para provocar a transpiração. Um ajudante esfregava o corpo do banhista para, depois, ele descer para uma banheira quente. Finalmente, o banho terminava com a imersão em piscina de água fria.
A pessoa nadava um pouco e, em seguida, saía da água para as mãos de um massagista que, com óleo perfumado, massageava-lhe todo o corpo. Nos dias de sol, os frequentadores dos balneários estendiam-se no solarium para um banho de sol.
Os trabalhadores da urbe
Em Roma, como nas demais cidades do império, existiam diferentes tipos de trabalhadores, como carpinteiros, marceneiros, cesteiros, ceramistas, caldeireiros. Toda a produção desses trabalhadores era vendida nas lojas das cidades
É preciso lembrar que grande parte do trabalho na cidade era executada por escravos. Em sua maioria prisioneiros de guerra, eram eles os responsáveis por qualquer tipo de trabalho, desde os artesanais até os domésticos.
2. O Direito Romano
Desde criança, o romano era educado para atender às necessidades do Estado e respeitar as tradições e os costumes. Uma série de normas regia a conduta dos cidadãos tanto na vida familiar como na vida pública. Daí surgiram leis que orientavam as relações entre os indivíduos. Reunidas, essas leis formaram códigos jurídicos, que deram orígem ao Direito Romano.
O Direito Romano dividia-se em duas esferas: a pública e a privada. O Direito público era composto pelo Direito civil, válido para os cidadãos romanos, e pelo direito estrangeiro, válido para os povos conquistados. O Direito privado regulava as relações entre as famílias.
O Direito foi uma das grandes contribuições dos romanos para as sociedades ocidentais. Seus fundamentos adaptados e reelaborados, foram adotados por diversos povos, servindo de base até hoje para muitas sociedades.
3.Literatura, arquitetura e arte
A mais conhecida obra literária dos romanos é Eneida. Ela foi escrita pelo poeta Virgílio, a pedido do imperador Augusto. A intenção de Virgílio em Eneida é glorificar a cidade de Roma. O livro escrito em forma de versos, narra a lenda do herói triano Enéias. Segundo a história de virgílio, Enéias teria fugido para a península Itálica depois da Guerra de Tróia. Lá, teria fundado Alba Longa, o reino pertencente ao avô de Rômulo e Remo, fundadores lendários de Roma.
A Roma declamada por Vírgílio tinha a missão divina de proporcionar paz e vida civilizada ao mundo. O imperador Augusto, por sua vez era o designado pelos deuses para tornar realidade essa missão.
A arte romana foi influenciada tanto por etruscos, um dos povos que ocuparam a península Itálica, quanto por gregos.
Na arquitetura, por exemplo, os romanos herdaram dos etruscos o arco e a abóboda, que aperfeiçoaram, além de desnvolver novas técnicas de construção; dos gregos aproveitaram as colunas. Na escultura, as principais obras romanas foram as estátuas equestre e os bustos.
3. Religião
Entre os romanos, existiam dois tipos de cultos: o familiar e o público.
Os deuses protetores da família eram os Lares. Os bens e os alimentos estavam sob a proteção de divindades especiais, os Penates. Esses deuses eram cultuados pelo chefe da família junto à lareira, onde o fogo permanecia sempre aceso.
Durante as refeições, os romanos espalhavam junto ao fogo migalhas de alimentos e gotas de leite e de vinho, como oferendas às divindades. Com isso, acreditavam conseguir a proteção dos deuses. Nas festas familiares oferecia-se aos deuses o sacrifício de um animal (boi, carneiro ou porco), que depois era dividido entre todas as pessoas da família.
Alem dos deuses ligados à família, havia os que eram cultuados pelos habitantes da cidade. O culto público era organizado pelo Senado. Com ele, os fiéis esperavam obter dos deuses boas colheitas ou vitórias nas guerras.
Também a primitiva religião romana assumiu traços da grega, igualmente, politeista e antropológica. Algumas divindades latinas confundiam-se com as gregas, como Júpiter e Zeus, Juno e Hera, Vênus e Afrodite, Baco e Dionísio, Diana e Artêmis, romanos e gregos respectivamente.

Roma Antiga - Slides da Aula

































1808 - A família Real no Brasil - Laurentino Gomes


1808 -A Família Real no Brasil ( Parte 3) - Laurentino Gomes


1808 - Família Real no Brasil (Parte 2) Laurentino Gomes


1808 - Família Real no Brasil ( Parte 1) - Laurentino Gomes







Independente só no grito

A separação política entre colônia brasileira e Portugal foi declarada oficialmente em 7 de setembro de 1822.Ela resultou de um processo iniciado décadas antes, com as revoltas emancipacionistas do fim do século XVIII e inicio do XIX, a vinda da corte portuguesa ao Brasil e a crise do sistema colonial.Fatores externos, como a independência dos EUA, a Revolução Francesa, as guerras napoleônicas e a pressão da Inglaterra pela liberação dos mercados consumidores americanos - aos quais queriam vender seus produtos industrializados - também influenciaram a emancipação. 

VINDA DA CORTE PORTUGUESA




Em 1806, o bloqueio comercial à Inglaterra imposto na Europa continental  por Napoleão Bonaparte foi desrespeitado por Portugal, que dependia economicamente dos britânicos.A invasão francesa no territórios lusitanos, como retaliação, tornou-se iminente,e, em 1808, o príncipe regente português D. João VI e sua corte fugiram para o Brasil.
Assim que chegou à colônia, D.João VI decretou a abertura dos Portos às Nações Amigas.Com possibilidade de comercializar com outros países que não a metrópole, representando o fim do Pacto Colonial.A novidade fez a elite  econômica colonial compreender melhor a necessidade da independência como uma maneira de aumentar os lucros .Ao mesmo tempo, a Inglaterra, passou controlar e dominar nosso mercado após a Abertura dos Portos, percebeu que o fim do controle de seu aliado Portugal sobre o Brasil não causaria impacto nas relações  com nosso país.Formou-se, assim, uma espécie de aliança entre a elite brasileira e a inglesa, que contribuiria muito para a independência.
Durante o tempo em que permaneceu no Brasil, D. João, assessorado por ministros capazes, tomou numerosas iniciativas importantes, que deram ao Brasil um certo arcabouço administrativo e cultural. No plano econômico, foi revogado o alvará de D. Maria I que proibia a instalação de indústrias no Brasil; ainda no econômico, criaram-se a Casa da Moeda e o Banco do Brasil; no militar, fundaram-se as Academias Militar e Naval e foi implantada uma fábrica de munições; no cultural, surgiram a Imprensa Régia, a Biblioteca Real, o Real Teatro de S. João, o Jardim Botânico e as Escolas de Medicina da Bahia e do Rio de Janeiro, além de se contratar a vinda, após a queda de Napoleão, de uma importante Missão Artística Francesa.
O coroamento de todas essas realizações deu-se em 1815, quando foi instituído o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves ( este último território corresponde ao extremo sul de Portugal). Com isso, o Brasil deixava de ser uma colônia, equiparava-se a Portugal e – mais que isso – tornava-se a sede legalizada do Reino Lusitano.
De um modo geral, a aristocracia rural brasileira aceitou de bom grado a administração joanina. Tal avaliação, porém, não se aplica a Pernambuco, onde o antilusitanismo sempre foi muito forte e havia uma intensa atuação da Maçonaria (uma organização secreta, ideologicamente liberal, e, portanto, oposta ao absolutismo de D. João). Acrescentem-se a esse quadro o aumento de impostos (para sustentar a Corte Portuguesa no Brasil) e a crise nas exportações do açúcar (devido ao consumo do açúcar de beterraba na Europa), e teremos os elementos detonadores da Revolução Pernambucana de 1817. Esta foi duramente reprimida, mas alguns de seus líderes não chegaram a ser executados, graças a um ato de clemência de D. João.
No plano sul-americano, o governo joanino empreendeu duas ações militares. A primeira, como uma retaliação à invasão napoleônica de Portugal, foi a ocupação da Guiana Francesa por tropas portuguesas transportadas em navios britânicos; todavia, com a queda do imperador francês, o território foi restituído ao novo rei, Luís XVIII.
Já a segunda ação militar teve maior importância. Aproveitando a ebulição emancipacionista que agitava a Bacia Platina, D. João determinou a invasão da chamada Banda Oriental (atual Uruguai), que integrava o Vice-Reino do Prata. O líder emancipacionista Artigas foi batido pelas forças luso-brasileiras e a região, com o nome de Província Cisplatina, viu-se incorporada ao Brasil, de quem só se libertaria em 1828.

Regresso de D. João a Portugal

Se no geral o governo de D. João VI (rei a partir de 1816, quando do falecimento de D. Maria I) foi benéfico para o Brasil, em Portugal ele gerou fortes ressentimentos – sobretudo entre a burguesia, que desde 1808 perdera o lucrativo monopólio do comércio com o Brasil.
Além da crise econômica, Portugal sofrera com as invasões francesas (ao todo, foram três) e com as lutas travadas principalmente por tropas britânicas para repeli-las. Adicionalmente, havia um sentimento de humilhação diante da Inversão Brasileira, que colocara o Brasil no topo do Reino Unido, tanto em termos administrativos como econômicos. Napoleão caíra definitivamente em 1815; mas D. João recusava-se a voltar para Portugal, o que abria a perspectiva de o Rio de Janeiro se tornar a capital permanente da Monarquia Lusa.
Desde fins do século XVIII, as idéias liberais (isto é, antiabsolutistas) vinham penetrando em Portugal. Essa ideologia ganhou maior espaço durante a ausência da Família Real, já que tanto ingleses como franceses – cujas tropas disputavam o território português – representavam tendências contrárias ao Antigo Regime ainda vigente em Portugal: os britânicos, pelo fato de adotarem a monarquia parlamentarista; os franceses, porque ainda personificavam o ímpeto de sua Revolução, se bem que transmudado no centralismo napoleônico.
Após a expulsão dos invasores franceses, Portugal passou a ser administrado por um general inglês, Beresford. D. João foi constrangido a nomeá-lo lugar-tenente (isto é, substituto imediato) do rei para o território português. Na prática, porém, Beresford atuava como administrador absoluto, subordinado apenas formalmente à autoridade real. Uma humilhação a mais para os portugueses.
Em 24 de agosto de 1820, aproveitando a ausência de Beresford, que viajara para o Rio de Janeiro, irrompeu na cidade do Porto uma revolução liberal, conduzida pela burguesia mas com forte participação popular. O movimento ganhou rapidamente o país e uma Junta Provisória de governo convocou eleições para uma Assembléia Constituinte que poria fim ao absolutismo.
No Brasil, as novas sobre a Revolução do Porto tiveram boa aceitação, tanto entre a aristocracia rural como entre os comerciantes portugueses aqui radicados. D. João VI, confrontado com uma grande manifestação popular, jurou respeitar a Constituição que iria ser feita em Portugal; aceitou ainda que as províncias brasileiras passassem a ser administradas por Juntas Provisórias formadas por figuras locais preeminentes, enquanto não se promulgava uma Constituição para o Reino Unido.
Em janeiro de 1821, a Assembléia Constituinte foi instalada em Lisboa, com o nome de Cortes (denominação de assembléias que se reuniam em Portugal e Espanha desde a Idade Média; não confundir com a Corte Portuguesa, que se encontrava no Rio de Janeiro). Deputados brasileiros foram enviados para participar dos debates.
Mas as Cortes de Lisboa tinham uma posição ambígua: eram indiscutivelmente liberais em relação a Portugal; mas na atitude para com o Brasil eram reacionárias, pois tinham o projeto de recolonizá-lo, mediante a supressão do Reino Unido declarado em 1815. Para executar esse projeto, porém, era necessário primeiro que o governo português se reinstalasse em Portugal.
Como D. João VI não era mais absoluto e as Cortes representavam a máxima autoridade política do Reino Unido, não foi difícil pressioná-lo para voltar. Assim, em 24 de abril de 1821, o monarca embarcou com sua família para Lisboa. Deixou no Rio de Janeiro, porém, com o título de príncipe-regente, seu filho e herdeiro D. Pedro, com 24 anos. E, ao se despedir, deu-lhe o célebre conselho: “Pedro, se o Brasil se separar de Portugal, toma a coroa para ti, antes que algum aventureiro lance mão dela.”
Em 7 de setembro seguinte, com o grito do Ipiranga, o príncipe atendeu à recomendação do pai. 


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